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sábado

Da existência

Eu poderia ter dinheiro
Mas não tenho
Eu poderia ter uma verdade
Mas não tenho
Eu poderia ter uma realidade
Mas não tenho
Eu poderia ter uma escolha
E essa eu tenho
Aquela que me faz Michel
Que me lança no campo das idéias
Que me constrói a cada dia

Aquela escolha
Do abrir o olho
De dá passos
Do sentir o outro

Das ilusões que ainda tenho
Da inocência restrita
Da coerência mal vista
Dos sussurros escuros.

Domingo: que eu e você possamos sorrir na esperança que há de vim.






Venho deixar esse recado, também, sobre o dia 31/10. O segundo turno das eleições deverão ser marcado por votos para candidato A e B, e os que não votarem em nenhum dos 2 opinarão por Anular ou deixar em Branco.

Avalio que nesse dia, nós educadores, deveremos ter um voto critico a Dilma, ou seja, não é um voto 'Nulo', mas, um voto de criticidade a candidatura da mesma.

E porque eu avalio dessa forma? Os investimentos maciços inseridos na escola superior foi único no País. Essa fomentação é aderida, também, pela pós-graduação (Mestrado e Doutorado), as iniciações científicas e reestruturação das estalações das Universidades Federais e a contribuição com as Instituições de Educação Superior (IES) de cada Estado da federação.

Todavia, avalio que nesse Domingo não será hora de pensar no sistema regido, e sim, no sistema que porventura poderá vir. E nesse futuro, somos nós que tangemos e moldamos.

Em suma, peço a você que avalie, pela última vez, o que era e o que é o Brasil. Nesse contexto, espero que nesse Domingo você, junto comigo, possa sorrir na esperança de um Brasil protagonista no mundo.

Saudações Revolucionárias de um pobre militante.

Michel Chaves.

sexta-feira

Caminhada da VITÓRIA com LULA - 29/10/2010


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quinta-feira

Por Una Cabeza - Carlos Gardel

quarta-feira

Me Gustan Los Estudiantes - Mercedes Sosa

Que vivan los estudiantes,
Jardín de nuestra alegría,
Son aves que no se asustan
De animal ni policía.
Y no le asustan las balas
Ni el ladrar de la jauría.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva la astronomía!

Me gustan los estudiantes
Que rugen como los vientos
Cuando les meten al oído
Sotanas y regimientos.
Pajarillos libertarios
Igual que los elementos.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva lo experimento!

Me gustan los estudiantes
Porque levantan el pecho
Cuando les dicen harina
Sabiéndose que es afrecho.
Y no hacen el sordomudo
Cuando se presente el hecho.
Caramba y zamba la cosa,
El código del derecho!

Me gustan los estudiantes
Porque son la levadura
Del pan que saldrá del horno
Con toda su sabrosura.
Para la boca del pobre
Que come con amargura.
Caramba y zamba la cosa,
Viva la literatura!

Me gustan los estudiantes
Que marchan sobre las ruinas,
Con las banderas en alto
Pa? toda la estudiantina.
Son químicos y doctores,
Cirujanos y dentistas.
Caramba y zamba la cosa,
Vivan los especialistas!

Me gustan los estudiantes
Que con muy clara elocuencia
A la bolsa negra sacra
Le bajó las indulgencias.
Porque, hasta cuándo nos dura
Señores, la penitencia.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva toda la ciencia!
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva toda la ciencia!

sexta-feira

Sensus: rejeição de Dilma cai e a de Serra sobe para quase 40%

Subiu o índice de rejeição ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, conforme pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta quarta-feira (20). O indicador foi para 39,8%, ante os 37,5% da pesquisa anterior, divulgada em 14 de outubro. Em contrapartida, houve uma diminuição no índice de rejeição à candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff. A rejeição à petista baixou de 35,4% para 35,2%.

A Pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta quarta-feira registra ainda crescimento de 18,4 pontos percentuais das intenções de votos da petista Dilma Rousseff entre o eleitorado que ganha acima de 20 salários mínimos mensais. O tucano José Serra ainda lidera entre essa faixa da população com 54,3% dos votos contra 33,4% da ex-ministra da Casa Civil. No último levantamento CNT, divulgado na semana passada, o presidenciável tucano tinha 70% da preferência do eleitorado mais rico, enquanto Dilma amargava apenas 15% dessa faixa.

Em compensação, a candidata governista à sucessão do presidente Lula abre larga vantagem na preferência de votos da população que recebe até um salário mínimo -- 54,3% contra 37,3% de Serra -- e entre aqueles que têm entre um e cinco salários mínimos como renda mensal - 46,8% a 40,1% do tucano.

Em todas as demais faixas de renda, aponta a CNT/Sensus, os desempenhos de Dilma e Serra permanecem praticamente estáveis. O tucano lidera nos patamares de cinco a dez salários mínimos e de dez a vinte salários com 48,8% (Dilma tem 40,6%) e 51,4% (contra 42,4% de Dilma), respectivamente.

Como renda e escolaridade são quesitos que costumam caminhar juntos, a população mais escolarizada manifestou, conforme o levantamento CNT/Sensus, preferência em votar no ex-governador de São Paulo no turno suplementar do processo eleitoral. Entre aqueles que têm ensino superior, Serra lidera com 49,7% contra 36,4% de Dilma. Na faixa de eleitores com escolaridade até a 4ª série do Ensino Fundamental, em contrapartida, Dilma é a candidata de 53,1% dos entrevistados, enquanto Serra tem 37,1% entre esse público.

A escolha de Dilma Rousseff é confirmada ainda no eleitorado do sexo masculino, que tem 51,9% de seus representantes afirmando votar na petista no segundo turno contra 38,3% em prol de Serra. Entre as mulheres, 42,1% preferem Dilma e 45,1% optam pelo presidenciável tucano.

Dilma tem 5 pontos à frente de Serra

No cômputo geral, Dilma Rousseff obteve 52,8% de votos válidos, contra 47,2% do tucano. O cenário desconta os eleitores indecisos e aqueles que disseram que votariam em branco ou anulariam o voto no dia 31 de outubro.

No caso de ambos os presidenciáveis, houve variação de votos dentro da margem de erro, com Dilma ampliando de 52,3% na última semana para 52,8% no atual levantamento, ao passo que o ex-governador de São Paulo, José Serra, passa de 47,7% para 47,2%.

Os votos válidos desconsideram brancos e nulos, que somaram 4,1% dos entrevistados, e indecisos, que somaram 7,2%. Considerando-se este público eleitor, Dilma tem 46,8% e Serra, 41,8% dos votos totais.

No cenário espontâneo, Dilma passou dos 44,5% do levantamento realizado entre os dias 11 e 13 deste mês para 45,3% na pesquisa atual. José Serra tinha 40,4% e agora tem 40,6%. Brancos e nulos somam 4,1% e indecisos, 9,5%.

A pesquisa foi realizada nos dias 18 e 19 de outubro com dois mil eleitores. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 36.192/2010.

Site Vermelho (www.vermelho.org.br)

Para o sonho não virar pesadelo. Serra Não! VOTE DILMA!

A característica basilar do movimento estudantil brasileiro é a sua disposição histórica em participar, como protagonista, dos principais debates e decisões nacionais, sem omissões ou negligências com o futuro do Brasil. Se no primeiro turno das eleições, quando UNE e UBES apresentaram ao país o “Projeto UNE Brasil”, havia mais de um candidato com propostas progressistas - entre eles os qualificados Marina Silva e Plínio de Arruda Sampaio - neste momento não há nenhuma dúvida. O avanço para o Brasil é Dilma Rousseff.

Dilma representa as 14 universidades federais criadas a partir do REUNI durante o governo Lula em todas as regiões do país. Serra representa a incapacidade gritante do governo FHC em não ter criado uma sequer em seus oito anos. Dilma defende o projeto que criou mais de 700 mil vagas no ensino superior brasileiro com o PROUNI, enquanto Serra está atrelado a um dos governos mais trágicos da história para a Educação no país, com mercantilização do ensino e o descaso com professores e profissionais da área.

Dilma representa os mais de 15 milhões de empregos formais criados por Lula, em contrapartida aos 5 milhões de FHC e Serra, mais preocupados com a privatização do patrimônio nacional. Dilma aposta na ascensão sócio econômica dos brasileiros, retirando mais de 24 milhões de cidadãos da pobreza, com Serra, ministro do Planejamento de FHC, o Brasil patinava na estagnação econômica.

Não cabe aos jovens brasileiros, maculados orgulhosamente com o sacrifício da luta contra a ditadura, com as marcas de suas caras pintadas pelas Diretas Já e pela democracia, com o comprometimento histórico pela soberania nacional, permitirem o retrocesso neste ano de 2010. A UNE e a UBES indicam o voto em Dilma, convocando a juventude brasileira a escrever, novamente, uma página corajosa e consciente da sua própria histó

UEP, UMES e UESPE aprovam apoio à Dilma!

Nesta sexta -feira, 22 de outubro, a União de Estudantes de Pernambuco(UEP), a União Metropolitana de Estudantes Secundaristas(UMES) e a União de Estudantes Secundaristas de Pernambuco(UESPE) realizaram uma histórica assembléia unificada das três entidades.

Por unanimidade dos votos de estudantes presentes, as três maiores entidades estudantis de Pernambuco decidiram aprovar o apoio à candidatura de Dilma Roussef à presidência da república!

Durante a assembléia foi discutido pelas/os estudantes a necessidade de derrotar candidatura fascista de José Serra e o retrocesso que ela representa para a educação brasileira.

No governo de FHC/Serra as universidades federais foram completamente sucateadas, nunhuma universidade federal ou campus universitário foram criados, também nenhuma escola técnica federal foi criada. Diferente do Governo de Lula e Dilma que foi responsável pela criação de 14 novas universidades federais, 117 campi universitários, interiorizando as universidades federais e ainda 214 escolas técnicas federais. O número de bolsas de pesquisa nas universidades federais também mudou bastante, era de 77 mil com FHC e Serra e com Lula e Dilma, passaram a existir quase 150 mil bolsas de pesquisa nas universidades federais.

Por todas estas razões, os estudantes de Pernambuco decidiram apoiar Dilma e evitar o retrocesso.

domingo

Exclusivo: dona da gráfica é do PSDB!

Já passava das 2 da manhã desse domingo. Na porta da gráfica Pana, no Cambuci, um grupo de 50 a 60 pessoas seguia de plantão – para evitar a distribuição dos panfletos ( supostamente encomendados pelo bispo católico de Guarulhos) recheados de mistificação religiosa e de ataques contra a candidata Dilma Rousseff. Mais um capítulo da guerra suja travada nessa que já é a mais imunda eleição presidencial, desde a redemocratização do Brasil.

Na internet, durante a madrugada, outro plantão rolava: tuiteiros, blogueiros e leitores de todo o Brasil buscavam informações sobre os donos da gráfica, e sobre as possíveis conexões deles com o mundo político.

Stanley Burburinho (ele mesmo!) e Carlos Teixeira fizeram o trabalho. Troquei com eles algumas dezenas de mensagens. E essa apuração colaborativa levou à descoberta: uma das sócias da gráfica Pana é filiada ao PSDB, desde 1991!

Trata-se de Arlety Satiko Kobayashi, vinculada ao diretório da Bela Vista - região central de São Paulo. Nenhum problema com a filiação de Arlety ao partido que bem entender. O problema é que a gráfica dela foi usada para imprimir panfletos aparentemente encomendados por um bispo, mas que “coincidentemente”, favorecem ao candidato do partido dela.

Aqui, o contrato social da empresa – onde Arlety Kobayashi aparece como uma das sócias:contrato_social_grafica_pana[1]

E aqui a lista de filados do PSDB, onde ela aparece no diretório zonal da Bela Vista.

Mais um detalhe: Arlety é também funcionária pública, tem cargo na Assembléia Legislativa de São Paulo. E tem um sobrenome com história entre os tucanos: Kobayashi. Paulo Kobayashi ajudou a fundar o partido, ao lado de Covas, foi vereador e deputado por São Paulo.

Arlety aparece como doadora da campanha de Victor Kobayashi ao cargo de vereador, em 2008. Victor concorreu pelo PSDB.

A conexão está clara. Os tucanos precisam explicar:

- por que o panfleto com calúnias contra Dilma foi impresso na gráfica de uma militante do PSDB?

- quem pagou: o bispo de Guarulhos, algum partido, ou a Igreja?

- onde seriam distribuídos os panfletos?

- onde estão os outros milhares de panfletos?

Os panfletos do Cambuci são mais uma prova da conexão nefasta que, nesa eleição, aproximou os tucanos da direita religiosa – jogando no lixo a história de Covas, Montoro e tantos outros que lutaram para criar um partido “moderno”, que renovasse os costumes políticos do país. Serra lançou esse passado no esgoto – e promoveu uma campanha movida a furor religioso.

Mas não é só isso!

Se Arlety Kobayashi (uma tucana) é a responsável pela impressão dos panfletos, na outra ponta quem é o sujeito que encomendou tudo?

O Blog “NaMaria” traz a investigação completa, que aponta Kelmon Luis da S. Souza como o autor da “encomenda”. Ele teria ligações com movimentos integralistas e monarquistas!

O Blog do Nassif , por sua vez, mostra que as conexões poderiam chegar até bem perto de Índio da Costa (DEM), o vice de Serra. Ele, em algum momento, também teve proximidade com monarquistas. Mas esse detalhe ainda não está bem esclarecido.

De toda forma, o círculo se fecha: tucanos, demos e a extrema-direita (católica, integralista ou monarquista). Todos unificados numa barafunda eleitoral que arrastou nomes de bispos para a delegacia, e nomes de políticos para o rol daqueles que apostam na guerra de religiões como arma eleitoral.

Há mais mistérios entre o céu e o Serra do que supõe nossa vã filosofia. Paulo Preto é um deles. A gráfica do Cambuci parece ser outro. Mistérios que não serão decifrados por teólogos, mas por delegados e agentes federais.

É caso de polícia. E não de religião.

Fonte: O Escrevinhador.

sábado

A hipocrisia nas sacristias paulistas.



Paulo Ogawa, contador de uma gráfica no bairro Cambuci, região sudeste da capital paulista disse ao site UOL que os panfletos que estavam sendo impressos ali contra a candidata Dilma Roussef foram encomendados pelo bispo de Guarulhos, D. Luís Gonzaga Bergonzini.

Os prospectos são idênticos aos distribuídos em Aparecida no dia 12 e Contagem, em Minas Gerais. O ponto principal dos panfletos é a crítica à descriminalização do aborto.

A notícia foi divulgada no site do UOL – do grupo que edita FOLHA DE SÃO PAULO.

A colunista Mônica Bergamo, também da FOLHA DE SÃO PAULO, revela que “o discurso do candidato à Presidência José Serra (PSDB), de que é contra o aborto por valores cristãos, que impedem a interrupção da gravidez, em quaisquer circunstâncias, é questionado por ex-alunas de sua mulher Mônica Serra. Num evento no Rio, há um mês a psicóloga teria dito a um evangélico, segundo a Agência Estado, que a candidata Dilma Roussef (PT), que já defendeu a descriminalização do aborto é a favor de matar criancinhas”.

“Segundo relato feito à Folha por ex-alunas de Mônica no curso de dança da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) a então professora lhes contou em uma aula, em 1992, que fez um aborto quando estava no exílio com o marido”.

A colunista revela ainda que “a Folha tentou falar com Mônica Serra durante dois dias para comentar o relato das ex-alunas, sem sucesso”.

“Quando engravidou, teria relatado Monica à então aluna, o casal se viu numa situação muito vulnerável. "Ela não confessou. Ela contou", diz Sheila Canevacci. "Não sou uma pessoa denunciando coisas. Mas [ela é] uma pessoa pública, que fala em público que é contra o aborto, é errado. Ela tem uma responsabilidade ética.”

Seria um equívoco julgar a atitude de Mônica Serra no caso do aborto. É um tema delicado, complexo e as responsabilidades de uma decisão dessas, no caso da mulher de José FHC Serra, são dela e dele.

Ao contrário, não é um equívoco chamar Mônica Serra de mentirosa e destituída de respeito por si própria, a partir das declarações que fez no Rio sobre Dilma Roussef. Ou ao candidato José FHC Serra, seu marido, de mentiroso e hipócrita ao defender uma idéia que não é a sua, mas presta-se apenas a fins eleitorais.

O Brasil, com certeza, não quer um presidente mentiroso. José FHC Serra é mentiroso. Pior que isso, é cínico, parte do princípio que o fim justifica os meios, ou seja, faz qualquer coisa, ele e sua mulher, para alcançar o poder.

Como fica o bispo de Guarulhos nessa história toda?

De onde saiu o dinheiro para imprimir um milhão de prospectos no primeiro turno e mais um milhão no segundo turno, como revela o contador da gráfica (que aliás recusou parte da encomenda por não ter capacidade para atender o pedido no prazo exigido pelo bispo)?

Resultado da contribuição de fiéis para obras sociais, ou outras da Igreja, ou das igrejas sob a responsabilidade de D. Luís Gonzaga?

Por que de tal atitude se a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – em nota reiterada em diversas oportunidades condenou esse tipo de decisão?

Seria equivocado chamar o bispo de mentiroso? De cínico? De partidário? De usar o dinheiro de sua diocese para fins outros que não os anunciados? Nesse caso o bispo é honesto?

É claro que não. Nem o candidato José FHC Serra, nem sua mulher Mônica Serra, muito menos o bispo D. Luís Gonzaga.

Mentem, são hipócritas ao usar a religião e a fé do povo como instrumentos para alcançar objetivos eleitorais, ludibriam, enganam.

Qual o propósito do bispo de Guarulhos? Consciente, não é um idiota, que está mentindo, está enganando fiéis?

Usando a Igreja como disfarce para atividades no mínimo equivocadas, na verdade, criminosa.

O que há por trás de todo esse revoltante cinismo?

Quais interesses o bispo representa? Por que o candidato José FHC Serra é apoiado por um bispo num tema em que ilude a boa fé das pessoas? Por que Mônica Serra usou de um expediente tão baixo quando disse no Rio que Dilma “mata criancinhas”.

E ela?

Há algo mais que hipocrisia nas sacristias paulistas. Há corrupção. Há fascismo. Há um sórdido e mentiroso complô que nada tem a ver com fé, mas com interesses subalternos, mesquinhos, criminosos, tanto do bispo, como do candidato e sua mulher.

Não basta uma nota da CNBB sobre o assunto. Há um bispo mentiroso, usando a Igreja para fins outros que não os que lhe dão sentido.

Há um candidato e sua mulher que não mostram o menor respeito pelos brasileiros, por fiéis católicos, na mentira e no engodo de tentar o voto de qualquer forma.

D. Luís Gonzaga integra um braço da CNBB chamado de CNBB Regional Sul. É presidida por outro bispo, o de Santo André, D. Nelson Westrupp e o panfleto contendo a mentira está publicado no site da regional da CNBB.

Como escrevi acima não se pode julgar Mônica Serra pelo aborto. Quem presta contas de suas atitudes é ela. Mas perde ela o direito de falar o que tem falado e seu marido de defender o que tem defendido, até porque, o fato só veio a público através de uma terceira pessoa, terceiras, aliás, são ex-alunas dela. Por eles, na intenção que se mostra dolosa, criminosa, teria ficado oculto.

São uma espécie de resto podre da espécie humana. Não mostram respeito por nada que não seja a ambição política que nutrem. Para alcançar seus objetivos jogam foram vestígios de dignidade, todos eles, se transformam em pústulas lato senso.

Há alguns anos atrás ouvi que a Igreja Católica Romana sobrevivia há dois mil anos montada em princípios éticos que, malgrados erros confessos – a Inquisição, por exemplo – lhe davam força e presença entre os cristãos.

Há cerca de trinta anos existe um processo de desmonte da Igreja na ação de bispos como esses.

Saem figuras grandiosas como Hélder Câmara, Leonardo Boff, D. Demétrio, tantos que tombaram vítimas da brutalidade da ditadura militar, entram bispos destituídos de honra e respeito que com certeza não têm nada a ver com a cruz de Cristo.

Carregam a suástica, a mentira e em seus bolsos o dinheiro de fiéis ludibriados em sua fé. Se não existir outro dinheiro, o do caixa dois do engenheiro Paulo, o tal do apartamento de milhões que comprou por trezentos mil.

Gandhi quando perguntado sobre Cristo respondeu assim – “aceito o Cristo de vocês, mas não o cristianismo que praticam”.

Esses bispos, José FHC Serra e Mônica Serra são repugnantes.

A CNBB deve mais que uma nota desautorizando os bispos da Regional Sul.

É caso de Polícia.

Por Laerte Braga

Eleições 2010: Balada de #SerraMilCaras

O caso da gráfica e o Bispo de Guarulhos: e a sujeira, onde fica?

Quem pagou os panfletos, anti-Dilma, do padre Luizinho?

Ainda são pistas, levantadas por um dos comentaristas do Blog, mas que traz pistas interessantes sobre o esquema que financiou o padre Luizinho para imprimir 20 milhões de panfletos contra Dilma.

Aqui o mapa feito a partir de indicações dele. Como deixou um post pedindo para aguardar publicação, não sei se quer seu nome publicado. O mérito é todo dele.

A figura inicial é Kelmon Luis, apontado como a pessoa que fez a encomenda à gráfica.

Nosso comentarista foi ao Facebook e descobriu alguém com o mesmo nome, que pertencia a uma tal Associação Theotokos (clique aqui)

Indo até a página, vê-se uma imagem de Nossa Senhora e o Menino Jesus e a diretoria da instituição:

Kelmon também pertence ao Partido Monarquista Parlamentarista Brasileiro, comandado por Cláudio Silva Menezes, que é de Brasília e foi canditato a Deputado Distrital em 2006 pelo PV, não se elegendo. Esse Cláudio é presidente da Executiva Nacional do MMB (Movimento Monárquico Brasileiro), filiado ao PV e é chamado de Príncipe (clique aqui).

O Victor Emnauel pertence a grupos integralistas e escreve no Blog Cristianismo Patriotismo e Nacionalismo. Lucas P. de Carvalho é titular do Blog Defesa Verde e Amarela, criado para disseminar calúnias contra Dilma: clique aqui.

Quando se aprofundam as ligações com o Movimento Identidade Imperial vai-se bater onde? No vice-presidente de Serra, Índio da Costa (clique aqui).

Dificilmente o Bispado teria recursos para bancar a impressão de 20 milhões de folhetos.

De São João da Boa Vista, consigo a informação de que o antigo padre Luizinho (hoje bispo) foi ativo revolucionário de 1964. Depois tornou-se professor de Estudos Brasileiros na Universidade local. E há informações (que ainda merecem confirmação) de que foi caixa do PSDB na cidade.

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/quem-pagou-os-panfletos-do-padre-luizinho

A Igreja do Golpe: gráfica imprime panfletos contra Dilma.




Uma gráfica no bairro do Cambuci, região sudeste da capital paulista, estava imprimindo, na manhã deste sábado, panfletos com um texto de um braço da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) contra o PT e a presidenciável Dilma Rousseff.

Segundo o contador da gráfica, Paulo Ogawa, a encomenda foi feita pela Diocese de Guarulhos (SP). Em julho, o bispo da cidade, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, foi pivô de uma polêmica mobilização contra a petista.

Os papéis são idênticos aos distribuídos em Aparecida (SP) e Contagem (MG) no feriado do último dia 12, durante missas em homenagem ao Dia de Nossa Senhora Aparecida. Eles fazem um “apelo” para que os eleitores não votem em quem é a favor da descriminalização do aborto.

Ogawa, que é pai do dono da Pana Editora e Gráfica, afirma que um assessor do bispo, chamado Kelmon, encomendou a impressão de 2,1 milhões de panfletos –1 milhão no primeiro turno e 1,1 milhão no segundo.

De acordo com o contador, o assessor queria imprimir 20 milhões de panfletos. No entanto, a gráfica não aceitou a encomenda por falta de capacidade.

A gráfica foi descoberta pelo diretório estadual do PT. O deputado estadual Adriano Diogo (PT) afirmou já ter entrado em contato com a direção nacional da campanha de Dilma. Segundo o presidente do PT paulista, Edinho Silva, os advogados da campanha irão à Justiça Eleitoral para impedir a continuidade da impressão.

Serra é do BEM, pra quem?

Serra e suas contradições.

sexta-feira

Email e respostas à um conservador.

Por Taiguara Fernandes de Sousa.

Não é a primeira vez que debato com um petista que me manda “ler”. Digo que “debato” apenas para dar a honra do termo ao petista, já que um petista nunca debate: um debate pressupõe o confronto de idéias. Um petista, quando muito, possui apenas um depósito mórbido de chavões prontos, enfiados cabeça adentro pela doutrinação imbecilizante do Partido. Preconceitos, não idéias.

Ademais, um petista nunca respeita a forma de um debate: sempre desce a níveis crassos de gritos e ranger de dentes. Ao interlocutor, necessário se faz pular na lama para combater o inimigo enlameado: se eles gritam, gritamos também e assim mostramos que não estamos de brincadeira.

Pois um petista, como seus amigos quadrilheiros de Sierra Maestra, só entende de altos brados retumbantes.

Assim, onde digo “debate”, leia-se “debate com um petista”, coisa que, por definição, possui natureza peculiar e bem distinta de um “debate” propriamente dito.

Mas o petista me mandou “ler”...

Isso porque ser conservador, para um petista, é estar num estágio inferior de inteligência, num nível inadmissível de miséria intelectual, que talvez somente o Ministério da Educação seja capaz de curar, após muitas provas de ENEM bem aplicadas. Ser conservador, para um petista, é ser um leproso da inteligência, um pária do esclarecimento, um não-gente no ostracismo das mentes pensantes, para o qual o único remédio é... “ler”.

Porque um petista, vocês sabem, lê muito.

Sempre que não conseguimos atingir a profundidade de suas reflexões filosófico-políticas, o petista tem a resposta: é porque não “lemos”.

“Leia!”, diz o petista aos pobres conservadores. “Leia!”, dí-lo a estas pobres mentes impensantes.

Somente pela “leitura” chegaremos um dia ao nível de intelecção que permite a um petista acusar a política econômica dos Governos anteriores de “neoliberal” e continuar utilizando a mesma política econômica em seu Governo, dizendo agora que “nunca antes na história destepaiz” houve política tão social! Será preciso muita leitura para entender como o mesmo objeto em essência poderá receber ora a impugnação, ora a louvação, a depender de quem ocupe a cadeira da Presidência.

Somente pela “leitura” chegaremos um dia ao nível de inteligibilidade que permite a um petista condenar o Governo Militar como ditatorial e torturador e louvar, quase que concomitantemente, Fidel Castro e Hugo Chávez como heróis da liberdade.

Não consigo, não consigo... Eu “leio” muito pouco!

Sim, eis o problema: pouca “leitura”.

“Leia!”, diz o petista ao conservador.

E, de pronto, encerra o debate. Dá as costas e sai orgulhoso de sua ordem vitoriosa.

Por que, afinal de contas, o que faria uma mente tão elevada com a de um petista perder tempo com pobres almas de raciocínio mórbido que, além de serem conservadoras, não lêem?!

Não, não. Deve estar correto o petista. Devemos “ler”.

Quando atingirmos, então, o seu nível de “leitura”, haveremos de debater.

Entretanto... como “ler”?

Peço vênia ao leitor, desde já, por, sendo eu pessoa de tão pouca leitura, atrever-me a fazer as seguintes considerações sobre tão nobre e profundo raciocínio da argúcia petista.

O petista me manda “ler”...

Tomemos Hugo de São Vítor. Aos petistas, que “lêem” muito, não precisarei explicar quem é. Mas aos conservadores, miseráveis de pouca “leitura”, direi que foi o maior pedagogo da história, exercendo em Paris os ofícios de professor por volta do século XII, tendo deixado uma linhagem de grandes pensadores.

No seu célebre Opúsculo sobre o modo de Aprender e Meditar, o eminente pedagogo preleciona que “os que se dedicam ao estudo devem primar simultaneamente pelo engenho e pela memória”.

O engenho e a memória estão intrinsecamente unidos no estudo bem-sucedido, sendo o primeiro “um certo vigor naturalmente existente na alma, importante em si mesmo” e a segunda “a firmíssima percepção das coisas, das palavras, das sentenças e dos significados por parte da alma ou da mente”.

“O que o engenho encontra, a memória custodia”, completa.

O engenho seria a firme vontade de conhecer – voluntas cognoscendi–, o desejo que impulsiona a alma à busca da Verdade, um vigor necessário para encontrar o conhecimento certo das coisas, conhecimento que a memória passará a custodiar.

Mas, continua Hugo de São Vítor, [d]uas coisas há que exercitam o engenho: a leitura e a meditação. Na leitura, mediante regras e preceitos, somos instruídos pelas coisas que estão escritas. A leitura é também uma investigação do sentido por uma alma disciplinada”.

A leitura - é lição vitorina - nos instrui, nos informa, é uma “investigação do sentido pela alma disciplinada”, é a recorrência aos livros, muitas vezes compaginados militarmente por horas a fio, na busca de matéria-prima para o pensamento.

Mas não é tudo.

Diz o nobre pedagogo que são duas as coisas que exercitam a voluntas cognoscendi: além da leitura, a meditação.

São palavras suas: “A meditação é uma cogitação freqüente com conselho, que investiga prudentemente a causa e a origem, o modo e a utilidade de cada coisa. A meditação toma o seu princípio da leitura, todavia não se realiza por nenhuma das regras ou dos preceitos da leitura. Na meditação, de fato, nos deleitamos discorrendo como que por um espaço aberto, no qual dirigimos a vista para a verdade a ser contemplada, admirando ora esta, ora aquelas causas das coisas, ora também penetrando no que nelas há de profundo, nada deixando de duvidoso ou de obscuro. O princípio da doutrina, portanto, está na leitura; a sua consumação, na meditação.

Assim, a leitura instrui, mas é pela meditação que a alma realmente apreende a Verdade, encontra o significado da leitura, destrincha cirurgicamente o livro, deleita-se nele, investiga com prudência, pela razão, “a causa e a origem, o modo e a utilidade de cada coisa”. Donde que a leitura não é um fim em si mesmo. Nem a meditação. A leitura é o meio inicial, ao qual se segue a meditação, para a consecução da doutrina, do conhecimento.

São lições de Hugo de São Vítor.

Onde quero chegar?

O petista me manda “ler”...

Diz-me para entulhar coisas na cabeça, mas nada sobre separá-las, organizá-las e até jogar fora o que não presta.

O petista me manda “ler”, mas ele mesmo não lê, nem medita.

Os petistas que mandam “ler”, quando muito, vão aos congressos do Partido, são ali doutrinados, enfiam-lhes cabeça adentro uma infinidade de chavões para que de lá saiam roboticamente militando na idolatria ao Poderoso Chefão. E ainda acusam os opositores de não “ler”.

O que lê um petista? Qual petista já leu Russell Kirk, G.K.Chesterton, Gustavo Corção, Tocqueville, Maritain, Tomás de Aquino, Aristóteles, Mises, Hayek ou Rothbard?

Mas qual conservador nunca leu Marx, Engels, Lenin e, para ficarmos entre nós, Konder?

Eu sou conservador, e já li Marx, Engels, Gramsci, Lenin e Konder.

Mas o petista que me mandou ler, nunca tocou num livro de Kirk, Chesterton, Corção, do Aquinate ou do Estagirita, só para citar alguns dentre os muitos que sei que ele não leu nem meditou – e eu, pelo menos, já li – e que por isso mesmo não estaria em condições de debater comigo de igual para igual.

Eu, conservador, já li os ideólogos dos petistas e os filósofos conservadores. O petista que me mandou ler mal leu seus ideólogos, muito menos os “meus” filósofos.

Com que autoridade os petistas me mandam “ler”?

Um petista não lê. E, quando lêem – sempre e somente os livros que o Partido lhes empurre –, não meditam. Em suma, ou não têm o princípio do conhecimento – a leitura – ou não chegam à sua consumação – a meditação.

É por este motivo que seus ideólogos – estes, sim, já leram, meditaram e são comunistas de caso pensado, por saberem os benefícios que o Estado burocrático e autoritário proporcionará aos amigos do poder – lhes apelidam sugestivamente de “idiotas úteis”: pessoas que não lêem nem meditam, e que deixaram suas mentes ser domesticadas pelo Partido, transformadas num depósito de tralhas pré-fabricadas pela ideologia. São marionetes adoradoras incondicionais do Poderoso Chefão, muito úteis à manutenção do Grande Irmão e sua quadrilha no poder.

Ou vocês acham que, sem pessoas como o petista que me mandou ler, algum comunista se manteria no poder com seus métodos econômicos falidos, sua filosofia política burra e seu jeito de governar autoritário?

Desta feita, aos petistas que me mandam “ler”, digo: “ler”? Comovocês?

Não, obrigado! Prefiro não “ler”!
_______

Minha Resposta.

Por Michel Chaves

O maior ignorante é aquele que pensa que sabe ou pensa que ‘ler’.

De fato, ao ler tal argüição do Taiguara Fernandes de Sousa percebo o quanto se falta debate interno e externo na composição não-mística da Igreja de São Pedro. Em outrora perceberíamos um fomento teórico nas CEB’s, Centro Sociais ou no, velho e novo, Salões Paroquiais por aí afora, mas, nosso presente é maculado pelo fanatismo, intolerância e a reprodução excessiva de uma pseudo-guerra Santa do Islã.

Não preciso ir ao século XII para falar de ‘reflexão’ no ato de ler. Pois, a ação da leitura deve ser desemborcada na Educação Histórica[1], e assim, atuando na práxis do saber Histórico, coisa que o autor, provavelmente, desconhece, desmerece ou marginaliza. Citando o século XIX, por exemplo, indico Nietzsche que não é Ateu como o senso comum reproduz, pelo contrário, demonstra toda sua perspicácia ao analisar que o ‘Deus’ esta fragmentado em mercados do ‘eu’ e em guerras do outro. Esse ‘Deus’, realmente, não deve ser o que é.

Os Símbolos, Mitos e Identidades da esquerda da América Latina são construídos a partir das grandes opressões sociais durante todo o Século XX. Desde a fundação da Res publica[2] no Brasil é, percebido, uma grande fomentação da Eugenia nas Classes mais marginalizadas no país Tupiniquim e isso criando uma aversão a política, antes, oligárquica e depois ‘republicana’. Essa elite intelectual e de relação de poder[3] cria, desde então, esse bloqueio social e político. Essa disparidade reflete não só nos movimentos populares, mas, como dentro da Igreja de Pedro, pois, um grande exemplo é a Pastoral da Terra.

Após Revolução Comunista na Rússia houve um alento aos marginais[4], pois, percebeu-se que era possível, no mínimo, uma nova ordem social. Eventos como a II Guerra Mundial e depois a política de blocos da Guerra Fria foram os quocientes para essa maturação de Símbolos, Mitos e Identidades. Com a ditadura, ou ditabranda pra alguns, brasileira esse imaginário revolucionário se concretizou, pois, era a única opção de saída do Estado de sítio criado pelos Militares e Conservadores. Essa opção seria a liberdade, pois, a mesma é da essência de qualquer sociabilidade justa e fraterna, contrapondo assim, a libertinagem atribuída ao mercado de especulação e ao curral ideológico. A liberdade, segundo Sartre, é a possibilidade permanente daquela ruptura ou nulificação do mundo que é a própria estrutura da existência.

Dito isto, assumo o quanto é retrocesso o pensamento do negar o outro como ser, ou seja, afirmar que o outro é meramente um objeto sem ter que abranger toda a sua totalidade como ser social. Esse retrocesso é assumido nos mais espaços preenchidos pela reprodução e ‘militização’ dos espaços que deveriam ser ambientes de respeitabilidade e de concretização de pensamentos. Da mesma forma que há os reprodutores de práticas Petistas, afirmo, que também há reprodução do pensamento Neo-Liberal, da Igreja Conservadora e preconceitos históricos.

Esse texto que não é ‘Jenial’, mas, expressa o quanto é angustiante o momento, na qual, a Igreja vive. Contradições entre Novas Comunidades, CNBB e afins demonstra tal aspecto. Poderoso Chefão poderia ser os nossos Petistas, mas, qual seria o Poderoso Chefão do Neo-Liberalismo, Igreja Conservadora e Preconceitos? A mão invisível? As leituras, fichamentos e o ensino propedêutico? São questões a se pensar.

Em suma, refuto o que é de mais danoso na sociabilidade: o desprezo ao outro.


[1] RÜSEN, Jörn. História Viva: teoria da história: formas e funções do conhecimento histórico. Tradução de Estevão de Rezende Martins. Brasília: Editora UNB, 2007.

[2] República no Latim

[3] Ver Michel Foucault

[4] Marginais aqui se reflete na sociedade marginalizada pela elite.

quarta-feira

Chile: o verdadeiro milagre dos milagres.

O escritor chileno Ariel Dorfman contextualiza o desastre na mina San José: a secular exploração dos mineiros, a sabedoria organizativa passada de geração em geração. E pede o milagre de que as coisas mudem em seu país. "O mundo maravilhou-se com a maneira pela qual os trinta e três mineiros confinados debaixo da terra de San José se organizaram em turnos, criaram uma hierarquia de mando e elaboraram um plano de sobrevivência usando os talentos e recursos acumulados ao longo de uma vida de trabalho tenaz. Eu confesso, em troca, não sentir surpresa alguma. É assim que os trabalhadores chilenos sempre resistiram e sobreviveram aos desafios mais formidáveis".

Uma vida inteira. Creio que os trinta e três mineiros sepultados nas profundidades da mina San José,no Chile, prepararam-se durante toda sua vida para enfrentar o desafio de ficar vários meses debaixo da terra. Ou talvez possa me aventurar a dizer que essa é uma batalha que vêm travando desde antes mesmo de nascer.

A epopéia de homens que descem às trevas da montanha, separam minerais em meio à escuridão e sofrem um acidente que os deixa a mercê daquela escuridão é parte do DNA do Chile, uma parte integral da história do meu país. Foi uma das primeiras coisas que aprendi sobre o Chile, quando cheguei a Santiago, em 1954, aos doze anos de idade.

Abram seus livros até encontrar “El Chiflón del Diablo” – nos pediu um professor es espanhol. Um conto de Baldomero Lillo, publicado em 1904.

Era um relato de uma catástrofe semelhante a esta que, muitas décadas mais tarde, no dia 6 de agosto de 2010, afetaria os mineiros de San José. Ali se encontra uma tragédia que iria se repetir interminavelmente, como a terra devora aqueles que se atrevem a mergulhar em suas entranhas, uma exploração da miséria que, como tantos outros contos clássicos escritor por Baldomero Lillo no início do século XX, todo estudante chileno deve estudar. É claro que aqueles trinta e três mineiros não sabiam quando leram “El Chiflón del Diablo” no colégio que algum dia teriam que viver esse terror na realidade de suas vidas e não na literatura. Não podiam adivinhar que, mais de cem anos depois de Baldomero Lillo imaginar essa ficção, as precárias condições da vida mineira, a exploração humana, os riscos para os trabalhadores, seguiriam essencialmente inalterados.

A mineração forjou o Chile
Os conquistadores que fundaram as primeiras cidades cruzaram desertos alarmantes e vales proibidos em busca de ouro. Depois passou a se apreciar o valor de outros minérios: o ferro, que era fundido em altos fornos, o cobre que ainda hoje é o principal produto de exportação do Chile, e o carvão do Sul, sobre o qual Lillo escreveu e que foi crucial para os barcos que aportavam para se reabastecer a caminho de uma Flórida presa à febre do ouro. De fato, muitas das técnicas utilizadas na Califórnia, a partir de 1849, deveram-se a chilenos que nasceram e se criaram em Copiapó, perto de onde hoje se encontra a mina San José. Milhares e milhares deles partiram aos Estados Unidos com a repentina ilusão de enriquecer.

Mas, de todos os minerais, foi o salitre que, acima de todos os outros, criou o Chile da modernidade. Essas extensões de crosta salina no Atacama, o deserto mais seco do mundo, constituíam a base para o melhor fertilizante conhecido pelo homem e, além disso, serviam para fabricar explosivos. Centenas de pequenas cidades se levantaram nas planícies pedregosas do Pampa “salitrero” e milhões de toneladas foram enviadas a uma Europa atada a uma revolução industrial que necessitava desesperadamente aumentar sua produção agrícola. Algumas décadas mais tarde, como ocorre com tanta freqüência na América latina e outros lugares tristes do planeta – pensemos na borracha do Amazonas ou na prata de Potosí -, diminuiu a demanda de salitre e só restaram alguns povoados fantasmas, uma diáspora de casas raquíticas esparramadas pelo deserto, uma legião de vidas em ruínas.

O nitrato deixou algo mais do que desolação detrás de si. O mundo maravilhou-se com a maneira pela qual os trinta e três mineiros confinados debaixo da terra de San José se organizaram em turnos, criaram uma hierarquia de mando e elaboraram um plano de sobrevivência usando os talentos e recursos acumulados ao longo de uma vida de trabalho tenaz. Eu confesso, em troca, não sentir surpresa alguma. É assim que os trabalhadores chilenos sempre resistiram e sobreviveram aos desafios mais formidáveis. É o legado daqueles que extraíram o salitre em uma situação de solidão e pobreza, daqueles que, na época em que Baldomero Lillo escrevia sobre os tormentos dos mineiros, souberam estabelecer os primeiros sindicatos, os primeiros grupos de leitura, os primeiros jornais da classe operária. Essas lições de unidade, força e ordem e, sim, astúcia, foram passadas de pai para filho e neto: o que todo homem precisava saber para superar os desastres que o esperavam em um mundo sem misericórdia.

Por certo, uma sorte piedosa visitou os trinta e três mineiros neste dia de agosto, quando a montanha veio abaixo. Mas não foi a sorte que os manteve com vida. Dentro deles se encontrava o treinamento invisível, o alento de seus ancestrais, que se perpetuaram para murmurar-lhes o que deviam fazer para não morrer uma e outra vez na obscuridade. Houve um milagre em San José, mas por a ênfase tão somente na fortuna benigna é perder de vista o que pode ser talvez o significado mais recôndito do que ocorreu nesse lugar, e que segue ocorrendo, é deixar de lado as perguntas que verdadeiramente importam.

Como é possível que, mais de um século depois de os contos de Baldomero Lillo denunciarem as circunstâncias ferozes em que se trabalhava sob o solo, ainda persistam a mesma insegurança, os mesmos perigos? Quantos novos acidentes como este faltam ocorrer para que se legisle preventivamente e os mineiros possam tocar seu trabalho cotidiano sem arriscar suas vidas de uma forma indecorosa?

Esses trinta e três mineiros são agora heróis nacionais e internacionais, com todo o Chile, e uma boa parte do mundo, acompanhando seu progresso paulatino rumo à luz do dia. Devido a uma dessas coincidências que a história nos oferece de vez em quando, esses homens ficaram presos no preciso momento em que as últimas estatísticas demonstraram, para nossa vergonha, que a pobreza no Chile aumentou drasticamente pela primeira vez desde que Pinochet deixou de ser o ditador do país.
É demasiado sonhar que as tribulações desses homens perturbarão a consciência do Chile, que ajudarão a criar um país onde, dentro de cem anos, os relatos de Baldomero Lillo e a história dos trinta e três mineiros de San José serão coisa do passado, uma relíquia, algo lendário mas já não rotineiro?

Isso sim é que seria um milagre.

(*) Ariel Dorfman é o autor da novela “Americanos: Los Pasos de Murieta” e do livro “Memorias del Desierto”, que explora a vida dos mineiros do norte do Chile.

Tradução: Katarina Peixoto

O debate e o Serra.


Não vou colocar vídeo e nem nada sobre o debate, na blogosfera já tem tudo isso. Vamos comentar, é isso que interessa, quem não assistiu o debate, procure no youtube, até no programa da Dilma já passou alguns momentos do massacre de ontem. Então sobre o debate eu pergunto já respondendo.


1-Alguém aí anotou a placa do caminhão que passou em cima do Serra no bairro do Morumbi hoje à noite? D I L M A 0013


2-A turma do Zé sujo está reclamando dizendo que Dilma foi agressiva...é o que restou para quem não soube, não pode e não teve e não tem argumentos e nem projetos para responder as questões que Dilma colocou forma incisiva, firme e de COMPLETO domínio sobre o tema. Se tivesse respondido o que ela perguntou hoje não estava com tro-ló ló. E fica aI pergunta


Serra queria que Dilma falasse com a voz de teletube como ele?

3- Por que o Serra fala com voz de teletube? O que ele tem a esconder com um tom nada natural de sua costumaz arrogância e autoritarísmo?


4-Dilma não foi agressiva. Dilma foi forte! Se Dilma tivesse sido agressiva, e usado 10% do que ela usou em resposta ao agripino Maia, o Serra ia sair do debate chorando..


"Pô.. ela me bateu.. vou chamar o FHC"..


Serra é um demagogo, hipocrita, desonesto e mentiroso. Isso esta mais do que claro.Ate quem é psdbista sabe disso.


5-Hoje os piguinhos, filhotes do PIG, partiram para o trololó típico de alcoviteiras jogando na ar que Dilma é agressiva.


Citam até o Picolé de Xuxu, que teria atacado Lula e por isso dançou, sentou e rebolou no croquete do Mula.


Os psicólogos de encomenda, convocados de ultima hora, esqueceram de uma coisa simples, Dilma é mulher.


Serra sentiu o golpe e o PIG também , falando que Dilma estava “agressiva”. Machismo puro. Mulher quando enfrenta é “agressiva”. Ele quer princesinha? Vai buscar na MTV…


O tucano é mal acostumado – como sabemos. Tem à sua volta uma imprensa amiga, que não o incomoda. E quando aparece um jornalista ou outro a fazer pergunta “inconveniente”, ele liga pra Redação e pede a cabeça do repórter. Ou, então, confisca as fitas (como fez depois de uma entrevista pra Márcia Peltier, na CNT).


6- O desespero de Serra foi tamanho que em uma de suas 1000 faces usou essa frase: "Não vou privatizar nada, vou fortalecer as estatais! E ainda vou reestatizar partes de estatais que foram privatizadas durante o governo Lula." desculpem-me mas kkkkkkkkkk. Depois reclama quando Dilma chama ele de 1000 faces, o grande privatizador de FHC e semana passada disse que defenderia a privatização no primeiro questionamento se tornou o estatizador! Me desculpe mas estou chorando de rir ao lembrar dessa frase dele kkkkkkkkkkkkkkkk.


7- Dilma fala CASA, e Serra, PUXADINHO. Quanta diferença!
Isso resume o debate e o pensamento tucano.


8- Agora Serra não tem como fugir para o Chile.


Serra se assustou, agora não tem como correr pro Chile, enquanto aqueles mineiros não sair do buraco, tá faltando buraco.http://juntosomos-fortes.blogspot.com/2010/10/debateserra-e-um-teletube.html
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Maurício Vieira de Andrade

Serra culpa os nordestinos pela má educação de São Paulo.

Serra não tem projeto para o Brasil e se fia em infâmias para se eleger.


O candidato Serra é do tipo dissimulado, perigoso e o que é mais grave: covarde. No debate da Band, Dilma expressou publicamente o seu inconformismo com a atitude da psicóloga Mônica Allende* Serra, mulher do candidato tucano ao cargo de presidente da República.


Dilma trouxe à tona o que a mídia já havia publicado (AQUI) sobre o comportamento sórdido da senhora Allende Serra. Na Band, Serra silenciou a respeito do que Dilma afirmara. Agora, longe do telespectador e sob as asas fétidas do PIG (AQUI), ele diz que Dilma ataca sua família e que uma campanha política é para se discutir propostas. Quanta vilania! Quem é quem tem atacado Dilma e sua família com boatos, calúnias e infâmias senão a campanha do PSDB sob o comando de José Serra?


De fato, o candidato psdebista tem toda a razão numa coisa: campanha política é para se discutir propostas, projetos para a construção de um Brasil justo e digno. Um Brasil que atenda aos interesses dos brasileiros e não de uma elite nefasta e mesquinha que se locupleta com uma agenda econômica, política e social da qual ela, e somente ela, é beneficiária.


FHC e o PSDB tiveram seu tempo e oportunidade e, de fato, iniciaram a transformação do Brasil, mas se perderam no caminho para atender a interesses que não o do povo brasileiro, pilhando o patrimônio público com sua desmedida privataria e aprofundando a exclusão social. Certamente não foi o povo brasileiro quem se beneficiou com aquele modelo de gestão governamental.


Em 2002, o soberano povo outorgou a LULA a oportunidade para mudar profundamente este país. LULA não titubeou, nem traiu os anseios populares, embora saibamos que muita coia ainda esteja por fazer num Brasil de seculares injustiças.


O Serra tem razão quando afirma que num embate eleitoral propostas e projetos devem ser discutidos. Acontece que não é isso que ele vem fazendo e, muito menos, o que ele quer, pois nãos os tem. O "debate" do candidato do PSDB se dá nos bastidores, enlameando reputações com suas mentiras e mistificações, auxiliado por um mídia golpista e nefasta. Como bem disse Ciro Gomes, em entrevista ao Portal Vermelho, Serra não pretende debater, mas mascarar sua sanha pelo poder a qualquer custo: "O jogo do Serra é este. Em todas as eleições em que ele está – em todas, sem exceção de nenhuma! –, aparecem sempre os dossiês, os escândalos de véspera de eleição. Há sempre uma revista disponível para suprir a credibilidade das baixarias mais grotescas." (AQUI)


Para um ser abjeto como o Serra, há algumas saídas: reagir, dando o troco nos moldes defendidos pelo blogueiro LEN (AQUI); seguir revelando os benefícios que o governo LULA trouxe para o Brasil e os brasileiros; referendar Dilma como a única candidata que pode fazer com que o Brasil siga em frente no rastro do bem-sucedido governo LULA.


O resto é mistificação religiosa e engodo proselitista. Se querem discutir o aborto, façamos a discussão, só que como uma questão de saúde pública. E isso deve ser feito de maneira mais ampla possível, com a participação da sociedade civil organizada. Acusar alguém de ser a favor do aborto e, em seu bojo trazer questões religiosas, é hipocrisia e falta de um projeto para discutir soluções profundas para os problemas do Brasil.


*(nenhum parentesco com o saudoso presidente chileno Salvador Allende... Ainda bem, pois ela estaria envergonhando tão altivo sobrenome!).


Do Cumpadi DiAfonso, do Terra Brasilis

Paulo Preto, ex-Ssecretário de Serra, foi preso como receptador de jóias roubadas.



Esse é o cara que Dilma perguntou no debate que o serra disse não conhecer...Serra que dizia até então que não conhecia Paulo Preto... bastou o Paulo Preto dizer:Em entrevista publicada hoje pela Folha, Paulo Preto, exonerado da Dersa em abril, afirma que Serra o conhece e, em tom de ameaça, diz que "não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada". "Não cometam esse erro", afirmou.

E não é que a memória do Serra voltou! ahahahaha já está defendendo até quem ele dizia que não conhecia:Em Aparecida, Serra defende ex-diretor da Dersa acusado por Dilma de desviar R$ 4 mi .

QUe turminha heim!!! agora olha quem era o cara!!!


Souza e o joalheiro Musab Asmi Fatayer, 28, foram à loja para pedir que os funcionários avaliassem o bracelete.


Pretendiam negociar a joia entre si.


Ao cruzar as informações sobre o bracelete negociado por Souza e Fatayer, o gerente da Gucci descobriu que aquela mesma joia havia sido furtada da loja no dia 7 de maio passado.


Quadrilha Tucana não tem limites.


Paulo Vieira de Souza, 61, ex-diretor de engenharia da Dersa (empresa de transportes do Estado de São Paulo), foi preso em flagrante no sábado, na loja de artigos de luxo Gucci, do shopping Iguatemi (zona oeste de SP).

De acordo com o texto, Souza é acusado de receptação de material ilícito --no caso, um bracelete de brilhantes avaliado em R$ 20 mil, que havia sido furtado da própria Gucci. A Justiça mandou libertá-lo na noite de ontem (14).

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/751111-ex-diretor-da-dersa-e-preso-ao-negociar-joia-na-gucci-em-shopping-de-sp.shtml

Dilma coloca Serra nas cordas Serra: Fale do Paulo


a) Diretor de Engenharia do Dersa, ele comandou as grandes obras da gestão Serra, como o Rodoanel, que reúne inúmeras suspeitas de superfaturamento;

b) Em 2001, Paulo Preto foi assessor da Casa Civil de FHC;

c) Ele mantem fortes laços políticos e pessoais com Aloysio Nunes, o braço direito de José Serra;

d) Paulo Preto emprestou R$ 300 mil a Aloysio Nunes em 2007 para que este adquirisse um apartamento em Higienópolis;

e) A sua filha, Priscila de Souza, é advogada de várias empreiteiras contratadas pelo governo Serra para a construção do Rodoanel;

f) Em junho de 2010, Paulo Preto foi preso na loja Guci, em São Paulo, por receptação de bracelete de brilhante roubado da própria loja;

g) Na atual campanha presidencial de José Serra, Paulo Preto arrecadou e sumiu com R$ 4 milhões do caixa dois tucano, segundo denúncia da revista "IstoÉ";

d) Por fim, Paulo Preto é investigado pela Polícia Federal por suspeita de propina recebida da Camargo Correa.


Enviado por Maurício Vieira de Andrade

domingo

Funk da Dilma.

Um Tucano bom de bico.

Quem é e como agia o engenheiro Paulo Vieira de Souza, acusado por líderes do PSDB de ter arrecadado dinheiro de empresários em nome do partido e não entregá-lo para o caixa da campanha

Sérgio Pardellas e Claudio Dantas Sequeira

Nas últimas semanas, o engenheiro Paulo Vieira de Souza tem sido a principal dor de cabeça da cúpula tucana. Segundo oito dos principais líderes e parlamentares do PSDB ouvidos por ISTOÉ, Souza, também conhecido como Paulo Preto ou Negão, teria arrecadado pelo menos R$ 4 milhões para as campanhas eleitorais de 2010, mas os recursos não chegaram ao caixa do comitê do presidenciável José Serra.

Como se trata de dinheiro sem origem declarada, o partido não tem sequer como mover um processo judicial. “Ele arrecadou por conta própria, sem autorização do partido. Não autorizamos ninguém a receber dinheiro de caixa 2. As únicas pessoas autorizadas a atuar em nome do partido na arrecadação são o José Gregori e o Sérgio Freitas”, afirma o ex-ministro Eduardo Jorge, vice-presidente nacional do PSDB. “Não podemos calcular exatamente quanto o Paulo Preto conseguiu arrecadar.

Sabemos que foi no mínimo R$ 4 milhões, obtidos principalmente com grandes empreiteiras, e que esse dinheiro está fazendo falta nas campanhas regionais”, confirma um ex-secretário do governo paulista que ocupa lugar estratégico na campanha de José Serra à Presidência.

Segundo dois dirigentes do primeiro escalão do partido, o engenheiro arrecadou “antes e depois de definidos os candidatos tucanos às sucessões nacional e estadual”.

Os R$ 4 milhões seriam referentes apenas ao valor arrecadado antes do lançamento oficial das candidaturas, o que impede que a dinheirama seja declarada, tanto pelo partido como pelos doadores. “Essa arrecadação foi puramente pessoal. Mas só faz isso quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder, infelizmente, ele tinha. Às vezes, os governantes delegam poder para as pessoas erradas”, afirmou à ISTOÉ Evandro Losacco, membro da Executiva do PSDB e tesoureiro-adjunto do partido, na quarta-feira 11.

O suposto desvio de recursos que o engenheiro teria promovido nos cofres da campanha tucana foi descoberto na segunda-feira 2. Os responsáveis pelo comitê financeiro da campanha de Serra à Presidência reuniram-se em São Paulo a fim de fechar a primeira parcial de arrecadação, que seria declarada no dia seguinte à Justiça Eleitoral.

Levaram um susto quando notaram que a planilha de doações informava um montante muito aquém das expectativas do PSDB e do esforço empenhado pelos tucanos junto aos doadores: apenas R$ 3,6 milhões, o equivalente a um terço do montante arrecadado pela candidata do PT, Dilma Rousseff. Ciosos de seu bom trânsito com o empresariado, expoentes do PSDB não imaginavam ter recolhido tão pouco. Sinal de alerta aceso, deflagrou-se, então, um processo de consulta informal às empresas que já haviam se comprometido a contribuir.

O trabalho de checagem contou com a participação do tesoureiro José Gregori e até do candidato José Serra e logo veio a conclusão: Paulo Preto teria coletado mais de R$ 4 milhões, mas nenhum centavo foi destinado aos cofres do partido, oficialmente ou não. Iniciava ali o enredo de uma história nebulosa com potencial para atingir o seio do PSDB às vésperas das eleições presidenciais.

“Além de representar uma quantia maior do que a arrecadada oficialmente até agora, o desfalque poderá atrapalhar ainda mais o fluxo de caixa da campanha”, explica um tucano de alta plumagem, que já disputou quatro eleições pelo partido.

Segundo ele, muitas vezes as grandes empreiteiras não têm como negar contribuições financeiras, mas, nesse caso, ganharam um forte argumento: basta dizer que já contribuíram através do engenheiro, ainda que não o tenham feito. Até abril, Paulo Preto ocupou posição estratégica na administração tucana do Estado de São Paulo.

Ele atuou como diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), estatal paulista responsável por algumas das principais obras viárias do País, entre elas o Rodoanel, empreendimento de mais de R$ 5 bilhões, e a ampliação da marginal Tietê, orçada em R$ 1,5 bilhão – ambas verdadeiros cartões-postais das campanhas do partido.

No caso do Rodoanel, segundo um dirigente do PSDB de São Paulo, cabia a Paulo Preto fazer o pagamento às empreiteiras, bem como coordenar as medições das obras, o que, por força de contrato, determina quanto a ser pago às construtoras e quando. No Diretório Estadual do partido, nove entre dez tucanos apontam a construção do eixo sul do Rodoanel como a principal fonte de receita de Paulo Preto.

Outro político ligado ao Diretório Nacional do PSDB explica que a função do engenheiro na Dersa aproximou Paulo Preto de empreiteiras como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Mendes Júnior, Carioca e Engevix. Losacco, um dos coordenadores das campanhas de Serra e de Geraldo Alckmin em 2006, afirma que o elo principal de Paulo Preto com o PSDB é Aloysio Nunes Ferreira, ex-secretário da Casa Civil de Serra e atual candidato do partido ao Senado por São Paulo. O próprio engenheiro confirma uma amizade de mais de 20 anos com Aloysio (leia entrevista abaixo).

De acordo com um importante quadro do PSDB paulista, desde 2008 Paulo Preto estava “passando o chapéu” visando ao financiamento da pré-candidatura de Aloysio ao governo do Estado. “Não fizemos nenhuma doação irregular, mas o engenheiro Paulo foi apresentado como o ‘interlocutor’ do Aloysio junto aos empresários”, disse à ISTOÉ o diretor de uma das empreiteiras responsáveis por obras de remoção de terras no eixo sul do Rodoanel.

Geraldo Alckmin acabou se impondo e obtendo a legenda para disputar o governo estadual, mas até a convenção do partido, em junho, a candidatura de Aloysio era considerada uma forte alternativa tucana, pois contava com o apoio do então governador José Serra e da maioria dos secretários. O engenheiro, segundo um membro da Executiva Nacional do partido, agia às claras junto a empresários e a prefeitos do interior de São Paulo.

Falastrão, contava vantagens aos companheiros e nos corredores do Palácio dos Bandeirantes. Prometia mundos e fundos num futuro governo Aloysio. E quando Aloysio deixou a Casa Civil de Serra, muitos passaram a torcer por sua exoneração, o que aconteceu sob a batuta do governador Alberto Goldman. Losacco, que foi secretário-geral do PSDB paulista até 2007, afirma que desde 2008 alertava a cúpula do partido sobre os movimentos de Paulo Vieira na Dersa. “Esse tipo de pessoa existe na administração pública. Tem a facilidade de achacar e não tem o menor controle.

Todo mundo já sabia há muito tempo disso”, conta o dirigente tucano. Diante desses alarmes, a cúpula do partido chegou a cogitar a saída dele da estatal rodoviária há mais de um ano. Mas recuou. “O motivo (do recuo) eu não sei. Deve ter um motivo. Mas no governo às vezes você não consegue fazer tudo o que você quer. Você tem contingências que o obrigam a engolir sapo. E eu acho que esse deve ter sido o caso. Agora, de alguma maneira essa coisa toda vai ter que ser apurada.

Sabemos da seriedade que o governo tem, mas infelizmente fica sujeito a esse tipo de gente”, acrescentou Losacco. Segundo o tesoureiro-adjunto do PSDB, o empresário acaba cedendo, pois “entende que o cara tem a caneta e que pode atrapalhar os negócios”. Os motivos que teriam levado Paulo Preto a dar o calote no PSDB ainda estão envoltos em mistério. Mas, entre os tucanos, circula a versão de que o partido teria uma dívida com o engenheiro contraída em eleições passadas. Na entrevista concedida à ISTOÉ, Paulo Preto nega que tenha feito qualquer tipo de arrecadação e desafia os caciques tucanos a provar essas denúncias. “Acho muito pouco provável que isso tenha acontecido sem que eu soubesse”, disse Aloysio à ISTOÉ. “Não posso falar sobre uma coisa que não existiu, que é uma infâmia”, completou.

No PSDB, porém, todos pelo menos já ouviram comentários sobre o suposto desvio praticado por Paulo Preto nos cofres tucanos. “Fiquei sabendo da história desse cara ontem”, disse o deputado José Aníbal (SP), ex-líder do partido na Câmara, na terça-feira 10. “Parece mesmo que ele sumiu. Desapareceu. Me falaram que ele foi para a Europa. Vi esse cara na inauguração do Rodoanel.”

De fato, depois de deixar a Dersa, o engenheiro esteve na Espanha e só voltou ao Brasil há poucos dias. Na cúpula do PSDB, porém, até a semana passada poucos sabiam que Paulo Preto havia retornado e o tratavam como “desaparecido”. As relações de Aloysio e Paulo Preto são antigas e extrapolam a questão política. Em 2007, familiares do engenheiro fizeram um empréstimo de R$ 300 mil para Aloysio.

No final do ano passado, o ex-chefe da Casa Civil afirmou que usou o dinheiro para pagar parte do apartamento adquirido no bairro de Higienópolis e que tudo já foi quitado. Apontado como um profissional competente e principal responsável pela antecipação da inauguração do rodoanel, Paulo Vieira de Souza chegou a ser premiado pelo Instituto de Engenharia de São Paulo em dezembro de 2009. O engenheiro não é filiado ao PSDB, mas tem uma história profissional ligada ao setor público e há 11 anos ocupa cargos de confiança nos governos tucanos.

No segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi assessor especial da Presidência e trabalhou quatro anos no Palácio do Planalto, como coordenador do Programa Brasil Empreendedor. Em São Paulo, também atuou na linha 4 do Metrô e na avenida Jacu Pêssego, ambas obras de grande porte e também cartões-postais das campanhas tucanas, a exemplo do rodoanel e da marginal Tietê. Paulo Preto foi exonerado da Dersa oito dias depois de participar da festa de inauguração do Rodoanel, ao lado dos principais líderes do partido. A portaria, publicada no “Diário Oficial” em 21 de abril, não explica os motivos da demissão do engenheiro, mas deputados tucanos ouvidos por ISTOÉ asseguram que foi uma medida preventiva.

O nome do engenheiro está registrado em uma série de documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a chamada Operação Castelo de Areia, que investigou a construtora Camargo Corrêa entre 2008 e 2009. No inquérito estão planilhas que listam valores que teriam sido pagos pela construtora ao engenheiro. Seriam pelo menos quatro pagamentos de R$ 416,5 mil entre dezembro de 2007 e março do ano seguinte. Apesar de o relatório de inteligência da PF citar o nome do engenheiro inúmeras vezes, Paulo Preto não foi indiciado e, em janeiro, o inquérito da Operação Castelo de Areia foi suspenso por causa de uma liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça.

O temor dos tucanos é que durante a campanha eleitoral a liminar seja suspensa e a Operação Castelo de Areia volte ao noticiário. Outro episódio envolvendo o ex-diretor da Dersa foi sua prisão em flagrante, em junho deste ano, na loja de artigos de luxo Gucci do Shopping Iguatemi, em São Paulo. Solto um dia depois, ele passou a responder em liberdade à acusação de receptar um bracelete de brilhantes avaliado em R$ 20 mil. Paulo Preto e o joalheiro Musab Fatayer foram à loja para avaliar o bracelete, que pretendiam negociar. Desconfiado da origem da joia, o gerente da loja, Igor Augusto Pereira, pediu para que o engenheiro e Fatayer aguardassem.

Ao cruzar informações sobre o bracelete negociado, o gerente da Gucci descobriu que aquela joia havia sido furtada da loja em 7 de maio. Em seu depoimento, o gerente da Gucci disse para a polícia que foi Paulo Preto quem entregou o bracelete para que ele o avaliasse. O ex-diretor da Dersa alegou ter recebido a joia de Fatayer e que estava disposto a pagar R$ 20 mil por ela. O eventual prejuízo provocado por Paulo Preto pode não se resumir ao caixa da campanha. Um dos desafios imediatos da cúpula tucana é evitar que haja também uma debandada de aliados políticos, que pressionam o comando da campanha em busca de recursos para candidaturas regionais e proporcionais. Além disso, é preciso reconquistar a confiança de eventuais doadores, que se tornarão mais reticentes diante dos arrecadadores do partido.

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“Gente como eu tem prazo de validade”

Por Delmo Moreira

Aos 62 anos, Paulo Vieira de Souza está em plena forma. Ele é triatleta, já disputou 40 maratonas, nove ironman (modalidade que junta ciclismo, natação e corrida), 35 meia-ironman e duas ultramaratonas (prova com percurso superior a 42 quilômetros).

Desde que foi exonerado da Dersa, em abril, acelerou seus treinos físicos para disputar, em Florianópolis, as provas seletivas para o Ironman mundial, que será realizado no Havaí. “Só fora do governo para fazer um treinamento desses”, diz ele. Mas está confiante: “Pela minha personalidade, não tenho medo de dizer: vou ganhar essa porra.” Este estilo direto de falar, segundo Souza, é responsável pelos problemas que vem colecionando: “Pareço arrogante e por isso incomodo muita gente.” Souza é suspeito de levar propina de empreiteiras, foi envolvido no estranho caso da compra de uma joia possivelmente roubada e acabou acusado de desviar recursos da campanha tucana à Presidência da República.

Ele refutou todas essas acusações numa conversa de quase uma hora com ISTOÉ. A seguir, os principais trechos da entrevista:

ISTOÉ – O sr. é apontado como responsável pelo desvio de recursos arrecadados para a campanha do PSDB. O que o sr. tem a dizer sobre isto?

Paulo Vieira de Souza – Tem gente dizendo que sou responsável, mas desafio qualquer um a mostrar que tive qualquer atitude, em qualquer campanha em andamento, que coloquei o pé em alguma empresa, que pedi a alguém alguma coisa. Eles estão em campanha. Querem me eleger como bode expiatório porque estou fora. Mas eu não serei. Nunca trabalhei para a campanha deles.

ISTOÉ – Por que seu nome aparece no caso, então?

Souza – Empresário só ajuda quem ele quer. Acho que tem alguém querendo R$ 4 milhões de ajuda e não está conseguindo. Acho que alguém não foi atendido. Isto é uma briga interna do partido. Nunca fiz parte do PSDB e nunca farei.

ISTOÉ – O sr. nunca foi arrecadador do partido?

Souza – Nunca arrecadei. Não sei nem onde fica o comitê de campanha. Querem dizer que sou maluco? Que apareçam para dizer.

ISTOÉ – Mas o sr. já participou de campanhas políticas do PSDB.

Souza – Da campanha do Aloysio (Aloysio Nunes Ferreira Filho) eu participei. Mas não na gestão. Eu participava da logística, da compra de material, de impressos, da distribuição de material. Eu sempre fiz parte da logística das campanhas dele.

ISTOÉ – Qual é o seu relacionamento com Aloysio?

Souza – Sou amigo pessoal do Aloysio há 21 anos. Amigo de família mesmo. Ele conhece minhas filhas desde pequenas. E eu sempre ajudei como podia o Aloysio nas campanhas.

ISTOÉ – O sr. ainda é amigo do Aloysio?

Souza – Sempre.

ISTOÉ – Vocês ainda se falam?

Souza – Sempre.

ISTOÉ – Qual foi a última vez que o sr. o encontrou?

Souza – Foi hoje (quarta-feira 11) pela manhã. Ele ia fazer a gravação do programa dele à tarde ou à noite. Meu relacionamento no governo do Estado sempre foi com o Aloysio e com o Luna, o secretário do Planejamento, que era o coordenador dos convênios entre Estado e prefeitura. Sou amigo pessoal do Aloysio e isso não vou negar nunca. Não sei o que ele vai falar. Mas sou amigo pessoal dele. Só não estou na campanha agora porque pedi para não participar. Não queria dar nenhum problema, em função daquele caso recente que aconteceu comigo.

ISTOÉ – O sr. está sendo processado como receptador de joias roubadas?

Souza – Jamais eu compraria alguma coisa roubada. Só ainda não dei a minha versão porque não tranquei o processo, que está entrando agora em juízo, com minha defesa. Depois vou falar. A tese é de receptação, mas eu não comprei. Por isso é que fui na Gucci. Alguém que quer vender joia roubada vai lá? Eu levei uma joia para verificar a autenticidade e o valor. Agora, você vai comprar um carro, o carro tem problema e você acaba preso? É uma aberração. Eu não fui preso no Iguatemi. O “Estadão” também diz que eu estava vendendo a joia. É mentira.

ISTOÉ – O seu nome também aparece na investigação da operação Castelo de Areia, da PF, sob acusação de receber propina da construtora Camargo Corrêa. Foi outro engano? Não é muito azar?

Souza – Eu não sei como colocaram meu nome lá, com que propósito ou baseado em quê. Vi que tem uma lista de ajuda política, para deputado estadual, federal. Tem até o Carvalho Pinto! Vi que colocaram meu nome na lista: Paulo de Souza, coordenador do Rodoanel. Acho que adotaram um critério dentro da Camargo Corrêa de colocar o nome dos coordenadores relacionados a cada obra.

ISTOÉ – Ao lado de seu nome aparecem valores: quatro parcelas de R$ 416 ,5 mil em quatro datas seguidas. O que são esses valores?

Souza – Não sei. A mim nunca ninguém entregou absolutamente nada. O lote da Camargo Corrêa na obra era de R$ 700 milhões e a obra foi entregue no prazo, só com 6,52% de acréscimo. É o menor aditivo que já houve em obra pública no Brasil. Se isso desagradou a alguém, não sei.

ISTOÉ – Por que o sr. saiu da Dersa?

Souza – Eu fui exonerado pelo atual governador no dia 9 de abril. Até hoje não me informaram o motivo. Minha exoneração foi uma decisão de governo. Eu não pedi as contas.

ISTOÉ – O sr. nem imagina as razões de sua exoneração?

Souza – Acho que tem a ver com a forma como sempre agi nesses cinco anos em que trabalhei no governo. Tem a ver com meu estilo. Sou de tomar atitudes, de decisão, de falar o que penso. Fui premiado por meu trabalho como gestor público. Eu criei muito ciúme no governo.

ISTOÉ – Quem tinha ciúme do sr.?

Souza – Acho que pessoas como eu têm prazo de validade. O Rodoanel foi a primeira obra pública que tinha dia e hora para terminar. É meu estilo de gestão e nem todo governante gosta desta forma de agir. Na engenharia da Dersa quem mandou fui eu. Não sou mais uma jovem promessa. Sou uma ameaça para os incompetentes.

Fonte: Revista Istoé